quinta-feira, 1 de setembro de 2011

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Você ama alguém?



"Há inúmeras definições para o sentimento 'amor' ou para o verbo 'amar', são conceitos subjetivos que, no entanto, o senso comum tenta explicar. Para iniciar essa discussão sobre o 'amor líquido', usar-se-á aqui as definições destinadas ao senso comum: ter carinho por alguém, compaixão, paixão, consideração, amizade, entre outros sentimentos, seja esses sentimentos destinado ao próximo, à algum parceiro ou parceira ou então ao amor-próprio. Só o que se sabe é que amar é uma capacidade do ser humano e que esse sentimento vem sofrendo modificações com o decorrer das eras." (trecho extraído do 1º capítulo do meu TCC)



E por que esse sentimento tráz tanto sofrimento? Sentir carinho por alguém é muito bom, mas como dói quando não é recíproco. Fazer um agrado é tão gratificante, mas como machuca quando o outro é indiferente.
O senso comum tenta nos impor, aliás, há certa consciência coletiva de que todas as pessoas do mundo devem se relacionar amorosamente para obter certo grau de felicidade. Ok, eu concordo, não tem como viver só numa sociedade repleta de universos, porém, será que Freud estava certo?
Freud dizia que esses sentimentos, citados acima, são necessidades puramente fisiológicas do seres humanos, ou seja, ter a necessidade de sentir amor, por exemplo, é o mesmo que sentir muita vontade de comer. Hummm, desculpa Freud, mas eu sou obrigada a discordar.
Pode até ser uma necessidade humana, mas não penso que seja puramente fisiológica. Penso que o amor é como a mente, sabemos que existe, porém não conseguimos manuseá-la, se abrimos o peito e pegarmos o coração na mão, não encontraremos o amor nele. Então pode ser fisiológico? Penso que não. Então o que é? De onde vem esses sentimentos que quando correspondido nos causa certa felicidade imensa e quando não é recíproco nos causa aquela dor no peito e aquela vontade de morrer?
Já não é fácil lidar com coisas materiais que são absolutamente palpáveis, mas como lidar com sentimentos abstratos? Existe uma receita, um remédio ou algum manual de instrução?

E ainda tentaram me convencer que a subjetividade não existe... prove, ciência, prove! Vai vai, diz aí oh dona dos paradigmas vigentes! Causadora da morte individual, me coloca dentro de uma caixa e diz que todo sentimento que tenho são apenas necessidades humanas.... EU DUVIDO de você, ciência!

Quem foge desses sentimentos são covardes, aqueles que têm medo de sofrer e sofrem por isso. E eu, o que faço com esses números?

A MEDIDA DE AMAR É AMAR SEM MEDIDA (Santo Agostinho)

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Teorias e blá blá blá



Não façam filosofia
Ou qualquer coisa que te faça pensar.
Não pense, seja feliz!
Se fosse tão fácil assim,
O que seria de mim?

Falar é fácil
o difícil é ser ágil
Muitos ja tentaram
Mas poucos hesitaram.

Platão, Heráclito, Sócrates
Sartre, Heidegger, Aristóteles
Galileu, Copérnico, Sófocles
Newton, Adorno e John 'muito' Locke.

Aqueles que agiram
meus sinceros comprimentos
Aqueles que apenas teorizaram
Meus pêsames sem defeitos.

Para quem ainda sonha
Parabéns, pois é preciso
Freire deu certa luz
Mas sozinha eu não consigo.

Quem tem vontade
Venha com nós
Mas não vá só até metade
Ergua a voz
Abrace as teorias
Faça acontecer
Sonhe com metodologias
Não dê ouvidos à desistências
Corra forte e sem demência.

PENSE
RESISTA
CAMINHE
SONHE... SONHE... SONHE...

Ai de mim, UTOPIA! Ai de mim.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

O Elogio da Loucura



Algumas pessoas hesitam a felicidade.
Certo sábado após assistir o curta “La belle verte”, eu, minha amiga Aline e o namorado dela, meu amigo Lucas, tivemos uma epifania.
A Aline pediu para que eu a pintasse de clown, pois era algo que ela sempre quis fazer, mas que nunca tinha coragem e oportunidade. Nisso o Lucas se animou e começou a se pintar também. Depois me convenceram a me fantasiar e pronto, lá estavam os três clowns felizes num sábado nublado.
De repente resolvemos sair na rua pra ver a reação do público. Quem esperaria ver três palhaços rindo durante um sábado em pleno horário de jogo?



Fomos até a padaria mais próxima e para nossa surpresa somente quem estava trabalhando lá foi quem nos deu atenção, sorriu, interagiu... a maioria das pessoas nem perceberam nossa presença e algumas ignoravam. Ver o jogo naquele momento, para alguns, era prioridade. Pra que rir com um bando de retardados que entraram numa padaria todos fantasiados? “Sai da frente, seu louco, eu quero assistir o jogo, porra!”, foi o que ouvimos dos clientes do local.
Não satisfeitos, fomos até o mercado mais próximo que por sinal é pertinho da padaria (aqui tudo é perto).




E, chegando lá, para nossa surpresa, fomos ignorados por todos que estavam trabalhando, com uma rara exceção: o segurança do mercado saiu correndo atrás da gente, nos abraçou e disse: “o mundo precisa mesmo é de mais alegria, obrigado pela visita”. Nossa! Só essa frase e a atenção dos demais já valeu muito apena ter feito esse teste de “ver a reação das pessoas num sábado nublado”.
De uma coisa sabemos: John Lennon nos deixou um legado, só com amor se construirá amor, só com sorriso receberemos sorrisos. É gradativo, não é amanhã que mudaremos o mundo, o sorriso de um palhaço é tão sincero quanto de uma criança que acabou de comer um bolo de chocolate.
All you need is love... it’s so easy, the love is all you need!



Seriam os loucos aqueles que são emancipados? Quem é livre? Por que não rir do ridículo? Por que não ser ridículo?

Não hesitem, sejamos felizes! É tão fácil :)

segunda-feira, 9 de maio de 2011

O melhor jeito de morrer



Texto extraído de um e-mail particular.
Uma reflexão sobre a morte :)


É claro que ninguém quer morrer, mas mesmo assim o assunto surge nas conversas, as piores e as mais amenas formas de passar dessa pra melhor.
Curioso como quase todos entram em acordo quanto às maneiras mais angustiantes de esticar as canelas: sempre mencionam "afogado", "quimado", "soterrado", além de algumas formas de asfixia. Alguns ainda mencionam que estar num prédio em chamas, prestes a desabar, e ter que saltar de lá de cima é pouco atraente.
Mais engraçado ainda como o consenso sobre a melhor forma de bater as botas é ainda maior! Nunca ouvi alguém dar uma resposta diversa de "morrer dormindo".
Nunca gostei disso... Sempre achei que abotoar o paletó de madeira dessa forma te privaria de passar alguns últimos minutos com alguém querido. Considerava muito interessante a ideia de pular do prédio em chamas; sentir uma última emoção antes de me espatifar no chão. E pularia fazendo pose de Superman!
Mas...
Na quinta-feira passada meu avô teve um treco aqui em casa. Diagnóstico: infarto agudo do miocárdio. Sorte que tinha gente em casa. A ambulância chegou bem rápido; se não, nem precisaria ter vindo... Enfim, ele escapou. E nunca vou esquecer do que ele me disse no pronto-socorro: "Pensei que eu não fosse chegar...". Foi um tremendo susto, uma correria pra conseguir vaga na UTI e, no dia seguinte (sexta-feira), meu avô foi internado em Praia Grande.
Na UTI só eram permitidas quatro visitas por dia. Minha mãe e minha avó eram presença obrigatória, pois estavam monitorando o estado do velho. No sábado minha tia-avó veio de São Paulo ver meu avô, então eu não pude ir. No domingo, finalmente, depois do choque inicial, pude ver meu avô. Meu irmão e eu demos um jeito de burlar a segurança do hospital para que seis visitantes entrassem na Unidade.
Meu avô estava fraco, mas já sem aparentar sofrimento. Não olhava nos olhos, não sei por que motivo, e não sorria, acho que por causa da dor. Só falava, com a boca entreaberta. Conversamos por alguns minutos, comentamos o susto que ele tinha me dado, de como ele estava sendo bem tratado...
O velho sempre foi livre. Não havia camiseta que o prendesse, não existia peixe que ele não pescasse, goiaba que ele não apanhasse, casa que ele não construísse... Aquela gaiola não era lugar pra ele...
Então ele começou com um papo estranho. Achei desagradável na hora... Dizia que ele já tinha vivido a vida dele e que eu tinha que viver a minha, que tinha cuidado de mim por toda a vida e eu só tinha dado alegria a ele, que não devia me preocupar. Eu retruquei: como é que eu podia não ficar preocupado? Eu ainda iria dar muitas alegrias pro velho! Logo ele estaria em casa de novo, preparando as coisinhas dele pra pescar... Era a minha vez de cuidar dele. Além disso, ele ainda iria conhecer os bisnetos dele!
Nesse ponto da conversa ele sorriu... Por um segundo ele sorriu. E eu solucei. Quase chorei de alegria por poder proporcionar uma alegria ao meu avô, um vislumbre agradável de um futuro em que ele participava.
Não me lembro do resto da conversa...
Dia seguinte, fui de novo até o hospital. Meu tio-avô tinha ficado de aparecer por lá, mas quando chegamos ele não estava. Minha avó e minha mãe entraram, como de praxe. Depois que as duas saíram, comemorando a rápida recuperação do velho, que lhe garantira alta da UTI para o próximo dia, perguntaram se eu não queria ver meu avô um pouco. Eu falei que não, que meu tio, qeu vinha de São Paulo, poderia chegar depois e acabaria perdendo a viagem. Eu, como moro mais perto do hospital e já havia visitado meu avô, poderia vê-lo num outro dia. Além disso, contava com a melhora de seu estado de saúde.
Hoje, como vinha acontecendo há alguns dias, minha avó e minha mãe rumaram para o hospital. Eu não quis ir... Simplesmente não quis. Fiquei em casa estudando.
...
Ouvi o carro estacionando, duas horas mais cedo do que deveria. Daqui de dentro de casa, da sala, dava pra ouvir os gritos da minha avó. Pensei o pior... Pensei o melhor... Afinal, ela berra por tudo! Devia ser só mais uma discussão. Fui ver o que era.
Não era uma discussão...
Saíram do carro apressadas, minha avó aos prantos, os vizinhos se aproximando pra ver o que era. Berrava, vermelha, sem sair som: "Ele morreu!".
Já com alta da UTI, meu avô pediu para o médico deixar que ele se sentasse um pouco numa poltrona. O médico atendeu ao pedido. Sentado, o velho começou a sentir cansaço e pediu pra voltar para a cama. Teve outro infarto. Desta vez não teve socorro que bastasse.
Toda essa história serve pra eu chegar à minha conclusão: qual a melhor maneira de morrer, na minha singela opinião. Não sou a pessoa mais indicada para dar lição de moral, odeio filosofia barata, não suporto mensagens bonitinhas que saem aos montes com a extensão .pps.
Descobri que, para mim, o ideal seria que, num belo dia, a gente percebesse que o corpo está cansado e, com alegria e sem dor, se despedisse de todos os que fossem sentir saudade. Uma despedida com a ciência de ser a última, mas que não causasse angústia, já que feita de modo ameno. Assim seria fácil partir em paz.
Mas a realidade é um pouco diferente. A morte vem com dor, sem pressa...
Mas meu avô teve a melhor morte do mundo. Ele teve tempo para perceber que estava chegando a hora dele, de aceitar isso, de rever algumas pessoas e de se despedir. Aquele papo estranho, embora eu me recusasse e desconversasse, era a despedida dele. Aposto que ele teve paz, que eu não tive, já que não aceitei o momento que ele entendeu ser oportuno para o adeus.
Também não sou fã de "e a moral da história é...", mas acho importante destacar isso: durante o tempo em que meu avô esteve internado eu desperdicei algumas oportunidades de vê-lo (isso sem contar nas inúmeras durante a vida...). É um erro que não pretendo cometer de novo.
Bom... Esse e-mail teve um fim e um final que eu não esperava. De qualquer forma, aí vai meu desabafo e - quem sabe - uma contribuição.
Té mais!

ps: um beijo pro Renan ^_^

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Eu não entendo o comportamento humano



Na maioria das vezes eu não entendo nadinha do comportamento humano que penso que seria melhor se eu fosse um robôzinho programado. Será que eu sou? Quem garante que não?
Sabemos que existe a tal subjetividade, ou então a "qualia" que a filosofia da mente tanto fala, mas o que identifica o comportamento humano? Pra que comportar-se? Por que somos identificados por nossos comportamentos? Será que nossos comportamentos diz mesmo aquilo que somos, ou seriam apenas mais uma máscara social?
É lógico que o comportamento não é objetivo, porém existem várias receitas de como se comportar em determinados locais.
Por que algumas pessoas te forçam a se comportar de um jeito que você não quer ou como você não é?
O que leva um cara dizer que é teu amigo, agir como teu amigo, conhecer sua família porque é seu amigo, aí você pede respeito e consideração de amigo para com ele e numa bela noite ele resolve usar drogas e inferniza sua vida gritando enquanto você dorme (doente)??? Why, lord, why?
Comportar-se é difícil, ainda mais quando envolve um outro mundo, um outro alguém.
Nascemos programados socialmente, mas e subjetivamente? Deveríamos, poxa! Assim eu não esperaria muito dos outros... ou esperaria.
Oh eterno desencontro. Oh eterno caminho do meio. Oh vida, oh azar!

Eu, definitivamente, NÃO ENTENDO O COMPORTAMENTO HUMANO.

terça-feira, 5 de abril de 2011

envelheSENDO



O tempo passa
Você olha para trás
E se depara com o que deixou
e com o que não deixou.

Olhar para suas mãos e ver que ela está cheia de rugas, de marcas do tempo... mas como ela era há algum tempo atrás? Limpa? Lisa? Macia? Quantas lembranças marcam suas mãos.

O que levar da vida? (partindo do pré-suposto de que se leva algo)

Bato o pé, o que vamos levar por toda nossa existência até que a morte nos separe é a convivência que temos, ou não temos, com as pessoas. As relações umas com as outras.
Então, sendo assim, não nos resta mais nada a não ser tolerá-las?
Não não... devemos ter paciência com os mundos subjetivos alheios, pois são esses que nos lembraremos, quando não estiver mais ninguém que possa nos segurar nessa vida.
Morre-se, é a lei, isso não dos dá escolha... nem nascer, nem morrer. Então o que resta é viver... e viver bem e em paz só depende de quem?

NA FOTO: Chaplin em "Luzes da Ribalta", na cena em que ele está cuidando da bailarina que tentou suicídio. Perfeito, como sempre :)