segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

A vida como Obra de Arte

Suponha por um momento que você descobriu ter uma doença terminal e que seus médicos afirmam que lhe restam dois anos de vida. Como você escolheria viver o tempo que ainda tem?

A não ser que você seja extremamente rico, dois anos é pouco tempo para deixar de lado seu estilo de vida atual e viver apenas fantasias. Você teria de aceitar comprometimentos. De qualquer forma, ainda escolheria ignorar o fim que se aproxima a passos firmes? Continuaria a fazer o que faz diariamente? O que está em jogo é o tempo que lhe sobra de sua própria vida. Você não iria querer viver as paixões de seu coração – seja lá quais fossem elas?

Poderia ser que você embarcasse em uma viagem rumo ao Taiti ou a Atenas ou ás Pirâmides que você sempre quis ver. Talvez você se esforçasse para escrever o livro que sempre sonhou ou tentasse deixar para trás um legado, usando a pintura, a escultura ou a música. Talvez você quisesse se mudar para o lugar onde sempre teve vontade de viver. Talvez você parasse de trabalhar tantas horas e passasse mais tempo com aqueles que ama. Ou talvez começasse a se expressar nas reuniões e dizer o que realmente pensa. Talvez você parasse de tentar acumular riquezas e dedicasse mais tempo a algum trabalho filantrópico, possivelmente comprometendo-se a trabalhar pela paz ou qualquer outra causa pela qual sente atraído.

Talvez você até mesmo saciasse o desejo insano de virar um comediante de stand up, pular de asa-delta ou cruzar o continente em uma Harley-Davidison. Qual o problema se as coisas derem errado? Você morrerá, de qualquer forma, em dois anos – mas terá vivido durante esse período.

O fato é que, naturalmente, todos nós estamos vivendo nossas vidas contra o tic-tac de um relógio. A maior parte de nós tem mais do que dois anos de vida; alguns de nós temos menos do que isso e nem nos damos conta.

De qualquer maneira, quem de nós quer chegar ao fim sem ter ao menos tentado conquistar as paixões secretas de nossos corações? O que preferiria – olhar para trás e ver uma vida sobre a qual você não teve controle algum, uma vida que fluiu por canais controlados por outros, ou viver da forma mais interessante, colorida e satisfatória, em que você possa realizar escolhas pró-ativas? Não devemos nós mesmos escolher viver nossas vidas como se estivéssemos criando uma obra de arte, utilizando quaisquer recursos que o destino venha a nos oferecer?


TILLERY, Gary. John Lennon: O ídolo que transformou gerações. (p.176), São Paulo: Universo dos Livros, 2010.

Um bom final de ano para todos com ótimas reflexões.
Como ja dizia mestre Jedi "Vá para casa e reflita sobre sua vida".

^_^

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Dândis!

As vezes o que MAIS me revolta é a mesmice do dia seguinte. Aquela coisa de acordar no outro dia e saber que será tudo igual. Mas por outro lado, talvez, a mudança do meu mundo seja a minha mudança, ou então esta mudança também seja mesmice. Ja dizia Gabriel, o pensador, "muda que quando a gente muda o mundo muda com a gente, a gente muda o mundo na mudança da mente". Ou não... haha... John Lennon teve autas crises de tentar se mudar pra mudar o mundo e não ver resultado imediato. Mas não foi nas drogas que ele encontrou um resultado, nem mesmo em Ono. Isso nós nunca vamos saber. A mudança da mesmice só cada um de nós saberá um dia e em dias diferentes.

Ahh a REVOLTA!

E eu ainda vivendo entre a loucura e a lucidez!



Já não vejo diferença entre os dedos e os anéis
Já não vejo diferença entre a crença e os fiéis
Tudo é igual quando se pensa
Em como tudo deveria ser

Há tão pouca diferença e há tanta coisa a fazer
Esquerda & direita, direitos & deveres,
Os 3 patetas, os 3 poderes
Ascensão & queda, são dois lados da mesma moeda
Tudo é igual quando se pensa
Em como tudo poderia ser
Há tão pouca diferença e há tanta coisa a fazer
Nossos sonhos são os mesmos há muito tempo
Mas não há mais muito tempo pra sonhar

Pensei que houvesse um muro
Entre o lado claro e o lado escuro
Pensei que houvesse diferença
Entre gritos e sussurros
Mas foi um engano, foi tudo em vão
Já não há mais diferença entre a raiva e a razão
Esquerda & direita, direitos & deveres,
Os 3 porquinhos, os 3 poderes
Ascensão & queda, são dois lados da mesma moeda
Tudo é igual quando se pensa
Em como tudo deveria ser
Há tantos sonhos a sonhar, há tantas vidas a viver
Nossos sonhos são os mesmos há muito tempo
Mas não há mais muito tempo pra sonhar

sábado, 4 de dezembro de 2010

Linguagem



Oh mal necessário!
A linguagem, na minha opinião é um vício. Uma extrema maioria de seres humanos se acomodaram com a linguagem (falada e escrita) e por isso, ao meu ver, se esquecem dos outros tipos de linguagem, como o olhar, os gestos, a respiração, o jeito de andar... o corpo fala e algumas pessoa não conseguem "ouví-lo". (juro que esse post não é sobre LIBRAS)

Após viciados em linguagem, tais homanos buscam a interpretação. A interpretação, assim como a linguagem, é algo um tanto quanto confuso. Por quê? Oras, porque há a subjetividade. Cada um interpreta o que quer de qualquer coisa que seja.

Sendo assim, um diálogo fica praticamente impossível. Cada um tem uma bagagem que faz interpretar assuntos diversos de várias formas. Em um diálogo você pode estar sem intenção nenhuma e a pessoa se ofender, por exemplo. Ou então você pode se utilizar de palavras que essa pessoa possa vir a se confundir. A linguagem e a interpretação é uma grande confusão, uma ilusão e desilusão. Pobre de nós, mortais, que ainda temos que nos utilizar da interpretação e ainda perdemos tempo tentando buscar uma verdade ou então entender o mundo. Pra que?

"Descobrir o verdadeiro sentidos das coisas, é querer saber demais" (Anitelli)

Utopia querida pensar que em algum lugar do universo, da galáxia, do espaço sideral, existe algum lugar em que os seres não se utilizam de tudo isso pra se comunicarem. A comunicação parece surgir para me confundir a cabeça.

ps: tô com medo da disciplina Filosofia da Linguagem que terá ano que vem. Uow! :S

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Para as pessoas legais

La Belle Verte, todas as pessoas legais TEM que assistir esse filme.


(comunicação por telepatia)

Assisti esse filme duas vezes e as duas vezes senti coisas diferentes porém semelhantes. Por iso eu insisto: todas as pessoas legais DEVEM assistir. As que não são legais assistam também... quem sabe vocês não se tornam legais :B

La belle verte é a história de um povo que habita num planeta mais evoluído que a Terra. Nesse planeta eles são felizes e vivem com o que podem ter, exercitam a moral, o intelectual, o corpo físico e afins. Um belo dia de ano novo eles decidem visitar alguns planetas e nunca ninguém quer ir para Terra. Mila, uma mulher corajosa cuja mãe era terrestre porém ninguém sabia, decide visitar a Terra em busca de sua mãe. Nessa visita muitas coisas ocorrem, porque esses indivíduos do outro planeta tem poderes. Poder de desconectar as pessoas de suas futilidades, fazer com que estas reflitam sobre o mundo e sobre suas respectivas vidas, sobre os detalhes, sobre os paradigmas... enfim...


(detalhe de uma folha de alface)

Além desses "poderes", eles se comunicam por telepatia e precisam da natureza para isso. Logo, dá para perceber o motivo pelo qual o organismo de Mila não conseguiu se adaptar na Terra e, sendo assim, esta não comia e se recarregava (igual bateria) abraçando recém-nascidos. Por aí vai... filme mais que recomendado, principalmente para as pessoas legais.

Depois desse filme com centreza você dará mais valor aos detalhes que gritam e, algumas pessoas por serem tão ocupadas, mal percebem...

*pessoas legais leia-se: pessoas sensíveis o suficiente para receberem uma mensagem moral.


(orquestra de silêncio)

domingo, 14 de novembro de 2010

o "querer mostrar"



Domingo pela manhã é um excelente momento para lembranças e reflexões; bom, pelo menos pra mim. Estava eu, então, num desses momentos quando me lembrei da aula de redação quando eu fazia cursinho pré-vestibular em 2007. Lembrei da queridíssima professora Thaís comentando algo sobre internet, querer ser, querer ter, querer mostrar e se aparecer. Não me lembro muito bem, mas acho que era proposta de redação do vestibular da UNIFESP.

Juntando essa lembrança com a reflexão que tive a poucos dias na palestra sobre política do professor da área de educação, Maurício Saliba, onde ele afirmava que o ser humano só se é feliz e consegue obter objetivos de vida quando este faz e é reconhecido, pelos outros, de alguma maneira pelo que faz.

Pois bem, pensando sobre tudo isso me veio na cabeça a INTERNET. Vasculhando o mundo alheio no orkut, facebook e twitter, vi a grande necessidade que as pessoas têm atualmente de dizer e mostrar a todo momento o que elas fazem ou deixam de fazer. Mas por que isso? Talvez seja a busca pelo reconhecimento alheio, ou talvez elas sofram de depressão e precisam que pessoas digam o que fazer... não sei, pode soar um tanto subjetivo, mas por que tantas pessoas agem nesse mundo virtual de maneira tão igual?
Pensando por outro lado, o mundo virtual ja está um tanto massificado. Quem nunca ouviu falar na internet em pelo ano de 2010?
Tá certo, eu sei que o mundo é muito grande e que existem tribos espalhadas pelo mundo que ainda vivem como os homens primitivos. Mas como eu sei disso? Porque vi na internet.

E você aí, o que tanto ja fez para se mostrar na internet e atribuir maior número de reconhecimento? Por exemplo: "olha o que eu e meus amigos fizemos no final de semana"... ou então "olha o show que eu fui e você perdeu"... ou "olha como estou feliz com meu presente de natal"...ou "fui num orfanato e brinquei com criancinhas" viram? Por que as pessoas precisam que as outras vejam e saibam do que elas têm ou o que elas estão fazendo? Será isso a eterna caminhada pela felicidade? Mas que felicidade é essa? Felicidade que só se concretiza com o reconhecimento alheio?

Segundo a minha interpretação do prof Saliba, essa é uma forma do ser se encontrar na sociedade enquanto indivíduo, mostrando e sendo reconhecido, pois isso é o objetivo "mor" para que o ser seja feliz e não desista de viver.

Não estou julgando ninguém, é apenas uma reflexão, ainda mais porque depois disso eu olhei muito para o meu umbigo e vi que ja fiz várias dessas coisas para ser reconhecida e nem ao certo sabia o motivo para isso.

Oh god, a ignorância é uma benção!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Estereótipo



Quando se é a primeira filha e a primeira neta de uma família que adora crianças você é mimada. Ao decorrer do tempo você se torna a bonequinha do papai e do vovô e a princesinha da mamãe e da vovó, principalmente porque você tem a pele clara, olhos azuis e cabelos loiros. Sua tia te dá bonecas e faz você as vestir de cor-de-rosa. Não obstante, sua mãe pretende fazer-lhe penteados, te passar batom, colocar roupas cor-de-rosa, te obriga a sorrir e bate várias fotos. Com a sua idade você até curte. Você é mimada, cuidam de você e ainda registram. É, sua família te ama e que te ver sempre fofinha. Mas você se sente mal com tantas pessoas tentando fazer de você uma coisa que você não é. Você não gosta de bonecas e prefere se vestir de vermelho, verde ou até mesmo azul... por que não roxo, laranja ou amarelo? Mas, rosa? Logo você entra na escola e por ser branca/olho azul/loira você tem a obrigação de ser metida. Sendo taxada de metida as outras crianças não gostam de você. Você cria seu universo paralelo e busca chamar a atenção das outras crianças de outras formas, seja contando piadas, se jogando no chão ou tentando pular amarelinha totalmente parecendo mais com uma patinha. Você cresce do seu jeito, na sua bolha, no seu mundo. As meninas da sua idade se vestem e agem feito mocinhas e você continua sendo aquela mulecona que usa all star e tem o cabelo armado. Sua família ainda te ama muito, mas sempre te questiona o motivo pelo qual você não é igual as outras. Um tempo depois você adquire certa feminilidade, mas é exclusiva sua, algumas pessoas até gostam, mas você continua sendo diferente. Se você resolve fazer filosofia em uma universidade pública, tá ferrada! Talvez isso seja bom. Primeiro que as pessoas olham o seu visual e pelo fato de você ser branquinha, olhos azuis e loira, além de metida você tem a OBRIGAÇÃO de ser RICA e BURRA. Aí tem que aguentar os questionamentos e afirmações alheias "aquela guria ali é rica, nem sei o que ela tá fazendo aqui", "ihhh ela é mór mimadinha, deve ser um cu", "oi, tudo bem? por que você quer fazer filosofia sendo que você é rica?".... AHHHH!

APELO I: sei que todos ja sofreram algum tipo de preconceito, mas eu não quero deixar para o meu filho um mundo estereotipado. Eu quero que ele tenha direito de escolhas mesmo sendo julgado, aliás, quero que ele seja menos julgado do que as pessoas são e sempre foram (utópico? sim, mas esperançoso). É claro que o pensamento sempre julga, é inevitável e hipocrisia negar, mas julgar uma pessoa e obrigá-la a ser o que ela não é, isso é crueldade.

APELO II: se uma pessoa é mimada e ela gosta, é porque se sente amada e muitas vezes ela não tem culpa de ser mimada. Ela não tem culpa que as pessoas a amam e querem vê-la feliz, fazendo mimos e trocando carinhos. Acredito que quem usa a palavra "mimada" no sentido perjorativo, é porque nunca foi mimado e morre de raiva!

APELO III: muitas vezes as pessoas que nascem ricas não tem culpa de terem tal status, elas não pediram pra nascerem ricas. As vezes esse mundo de futilidades é a única coisa que elas conhecem e nem todas as pessoas ricas seguem o padão de beleza que a mídia impõe. Não estou defendendo a burguesia, apenas penso que tal taxação tem mais de um lado.

Finalização: sou mimada, mas não sou rica e meu ócio favorito é filosofar. Seja quem você quiser ser, cada indivíduo tem seu momento. As pessoas mudam se assim julgarem melhor para elas. Logo, quem é você pra julgar alguém? Pense nisso. Você só é mais uma pulga no leão assim como os demais que aqui habitam.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

tRaDiÇãO



Talvez seja a coerção, ou o medo, ou o vir-a-ser um ridículo é que leva a maioria das pessoas a seguirem certas tradições.
A tradição é algo imposto, isso é óbvio. Mas quem tanto será que reflete sobre ela?
Desde crianças aprendemos que devemos seguir tradições. Nossas vidas é uma grande tradição.

E O DITADOR DO MUNDO DISSE: - Você tem que nascer, se vier com o órgão masculino então você deve ser macho, se vier com o órgão feminino mulher será. Depois você entra para a escola, porque tem que APRENDER pra poder ser "alguém na vida". Deve estudar e estudar porque terá um futuro brilhante. Depois que acabar a escola se mate para conseguir entrar no curso de medicina, direito, engenharia ou algo que dê muito dinheiro, porque nesse mundo, my son, quem não tem dinheiro se fode! Ok, depois disso tudo você DEVE ENCONTRAR ALGUÉM E SE CASAR, porque só quem é casado é que pode construir uma família e FINALMENTE ser feliz.....

onde? na velhice? Ha-ha-ha!

Quem nunca quebrou uma tradição tem o dever de ser feliz? E quem quebra tradições, pode ser feliz?

Dividirei aqui uma historinha com meus poucos, porém únicos, raros e caros leitores.
Quando eu tinha mais ou menos uns 4 ou 5 anos de idade, eu estudava numa escolinha infantil, claro, em frente a loja dos meus pais. Como qualquer criança, no meu caso ja muito sistemática, eu tinha manias. Uma das maninas mais famosas, considerada um vício, é chupar chupeta (aquela maldita borracha que zuou todos meus dentes a posteriori). Logo, um belo dia perto do natal minha chupeta resolveu simplesmente desaparecer. E eu fiquei sem sustentar meu vício naquela tarde. Para mim foi uma perda irreparável! Sem poder me expressar e ja com abstinência de chupeta, resolvi transcender. Algumas crianças tem dificuldades com transcendência e eu fui uma delas. Simplesmente ao inves de somente gritar, eu "dimuli" a escolinha. Destrui a árvore de natal, joguei as cadeiras para fora da sala e me lembro muito bem de uma guria que me ajudou, porém somente eu fiquei com a culpa toda. Enfim, fui expulsa da escola e até hoje NINGUÉM me perguntou o motivo de eu ter explodido e quebrado uma certa tradição que impõe às crianças da não-transcendência "fica quieta menina chata, eu tô ocupado!"

Escrevendo isso tive uma epifania. Será que foi nesse episódio em que decidi fazer filosofia e quebrar a tradição da falsa felicidade? UOWWW :D

Enfim... por hora é isso. Movimento diga não à tradição e busque sempre transcender!

Na foto pra que não sabe é do filme Sociedade dos Poetas Mortos. Um dos maiores exemplos de quebra de tradição e represão depois desta.