Eu não gostaria, mas estou muito desanimada.
Estava agora de pouco conversando com uma amiga muito querida que acabou de se formar em história e foi tentar a vida em Curitiba.
Ela ja foi em várias escolas, entregou curriculum, fez entrevistas... e até agora nada. Ela me disse com essas palavras: "dá vontade de enfiar o diploma no cu". O máximo que ela conseguiu até agora foi um emprego de vendedora numa loja de roupas (não desmerecendo de forma alguma essa profissão, por favor).
Isso me desanimou tanto tanto (ainda mais porque estou no último ano de licenciatura em filosofia). O governo fica fazendo propagandas na TV pra que você se torne um professor, aí você se torna e o sistema te fode, te mata de sede, te prostitui... e aí, COMOFAZ?
Eu gostaria de ter uma receita pra tudo no mundo, mas ninguém tem né... o problema é que devemos tentar lidar com essas situações, porque isso não mudará amanhã e nem depois... se mudar pra melhor demorará certo tempo, se for pra pior então pode ser daqui a 5 minutos =/
"Sem motivos, nem objetivos, estamos vivos e é tudo... é sobretudo a lei, dessa infinita highway..."
16 comentários:
Me identifiquei e muito com esse post e com o que sua amiga está passando.Estou formada há um ano e meio.
Estou na mesma, diploma, especialização, alguns anos de projetos sociais e emprego?Nada.
Desempregada...mais uma!
O desemprego é o reflexo da "excelente" organização do nosso sistema econômico. Desde de criança você ouve: "Estuda, pra você ter um bom emprego, quanto mais estudo, melhor", e aí você estuda, estuda e estuda.
Passa 11 anos na escola, mais quatro na faculdade, mais 1 ano e meio de especialização, depois vem o mestrado... e por aí vai. Quando Concluímos, estamos habilitados para exercer a profissão que escolhemos, cadê nosso lugar no sistema?Não tem, e aí é foda.Exigem experiência, mas não te dão a oportunidade de ter uma.Você tem habilitação, mas não há mais vagas!
IDEAL:"Estudado-formado-empregado"
REAL:"Estudado,formado,DESempregado"
Crise, crise, crise!
Um beijo frô, dessa vez inaugurei, haha!
Bruuuna, minha flor, esse assunto é foda mesmo né?! Estamos todos no mesmo barco. Mas eu juro que estou pensando seriamente em ir embora pra um circo ou inaugurar um. Topas? Eu sei que toparia :P
um beijãooo e valeu pela inauguração dessa vez :D
"Topo, topo, por que não? vamo cai pa dentro", kkk!
Ainda bem que vou viver da minha música pra sempre e faço História só por hobby mesmo! :D hahahahahaha...ou não.
HAUHAUHAUHAUHUA... faltou um "BAZINGA" no final do seu comentário, Vi. Valeu ^_^
Oiii Frô!!
Sei lá, eu acho que entre os males estar desempregado nem chega a ser um, hauhauhauhuauha. Perae, vou explicar. Se tem uma profissão que é fácil arranjar emprego são as ligadas a licenciatura. É só fazer os processos seletivos e concursos da vida, ou nem isso, basta ir na diretoria de ensino fazer uma inscrição. Eu, que não fiz concurso algum já fui chamada em atribuição de aulas estando no segundo ano da faculdade.
O grande problema é que o sistema tá tão precário que quem assume as aulas não dá conta e larga, e fica empatando o processo. E no final das contas as escolas ficam sem professores mesmo.
Emprego você vai conseguir, só resta saber se você vai gostar de conseguir, huahuhauhuahuauha. Tem coisas muito mais deprimentes na nossa profissão =/
(Não foi muito animador né? Sorry, huahuhauhauhuhauha)
Post foda Fro, e extremamente realista!!A Bruna fez o melhor retrato da situação:
IDEAL:"Estudado-formado-empregado"
REAL:"Estudado,formado,DESempregado"
E enquanto isso, a docencia continua maravilhosa e linda na propaganda e desvalorizada ao maximo na realidade.
Ai Amanda, assim você me desaba... hahaha... Eu ainda acho que pra filosofia é mais fácil mesmo pegar umas aulas, mas história é complicadinho ainda mais em curitiba. Vários fatores, mas sintetizando o caso da minha amiga, ela fez história na UENP e foi morar em Curitiba onde há um excelente curso de história na UFPR e muitos professores (não que o curso de história da UENP não seja bom, é muito bom, porém estamos falando de Curitiba, né?!). Mas de qualquer forma, eu sei bem a realidade que você expôs, mas ainda assim eu vou dar uma remadinha contra a maré pra ver se consigo não precisar fazer concursos ou afins, mas isso aí é só até a água bater na bunda... hahahaha... Dinho, pois é, a gente tá fudido e desmerecido... topa entrar pro nosso circo? Bruninha e eu estamos arquitetando. Amanda, também está convidada :D
A coisa não ta fácil pra nínguem não.
To classificada em ourinhos, jacarezinho e cambará e ta dificil pegar aula, é muita gente inscrita.
Filosofia realmente ta um pouco menos complicado já que pelo menos na nossa região o curso da UENP é novo, falta mais professor de Filosofia que de História(que tem amesma idade da antiga fafija, mais de meio século). A realidade aqui não ta muito diferente da capital não, lá é mais fácil ser chamado no pss do que em Jacaré, por exemplo, por que tem o triplo de escola daqui.
Mas a real é o que o Dinho disse: "a docencia continua maravilhosa e linda na propaganda e desvalorizada ao maximo na realidade"
É, vocês tem razão, depende do contexto, a minha fala foi do que eu vivo né. Aqui em Marília que tem curso de filosofia a bastante tempo tem aulas que ninguém pega e fica na atribuição o ano inteiro. E nas escolas de ensino médio que eu trabalho tem matérias em que não há professor.
Eu não sei como é na uenp, mas aqui na unesp rola o maior preconceito com a licenciatura, os professores nos aconselham a fazer somente o bacharelado, e o ensino de filosofia não é uma questão filosófica. Enfim, talvez seja por isso que as coisas são diferentes.
Mas eu fiquei curiosa com uma coisa, você falou em 'remar contra a maré', o que você tá pensando em fazer? A real é que filosofia pode se encaixar em qualquer espaço, até a petrobrás tem cargo pra filósofos (sério)XD
Agora venho eu mostrar com tudo isso que vocês falaram afeta, e MUITO, o "outro lado": hoje minha irmã voltou de férias e teve apenas 2 das 5 aulas que deveria ter por falta de professor, sendo que tem MUITA gente esperando p. ser chamada no PSS ou concurso ;x
É galera, o contexto muda as visões e tals. O lance de remar contra a maré, Amanda, é que eu particularmente não gostaria MESMO de ter que ter algum tipo de ligação com o Estado, Governo e afins, mas isso também não significa privatizar "toda minha mão de obra", mas eu sei que é utópico, mas mesmo assim eu não quero "concurso" ou algo do tipo (é trauma de infância, um dia te conto melhor) e trabalhar de graça também não dá né... e Jéssica (Tina", tá vendo como é a coisa, a gente quer trabalhar, os alunos precisam de professores, mas o SISTEMA EDUCACIONAL é que tá tudo errado... isso desanima professores e alunos... eu entendo o motivo pelo qual a galera da unesp não quer pegar as aulas... foda isso né, a academia tem uma parcelinha de culpa nissaê também. Ou eu monto um circo, ou vou-me embora pra Portugal tentar dar aula na escola da ponte :) *a frsutração me pegou de jeito*
na minha escola estmos sem aula por falta de professor,
tanta gente com vontade de trabalhar aii, dar aula, e a gente sem professor, como pode?
Jamile, minha florzinha, na época em que estudava em escola pública nós não podíamos em hipótese nenhuma ficar sem aulas (e olha que não faz muito tempo que que saí da escola, só uns 6 anos...rs). Naquela época ja era ruim, agora ao invés de melhorar, estamos vendo um sistema engessado que só tende a cair... e a democracia? e a autonomia? e os valores?... não consigo ser otimista =/
Ah, entendi qual é. Mas é realmente remar contra a maré hein XD, não consigo imaginar muitas saídas.
Hoje tive a 'brilhante' missão de expor meus resultados parciais de pesquisa sobre a análise que faço dos Cadernos do "São Paulo Faz Escola" no htpc da escola em que trabalhei no ano passado, tipo uma prestação de contas sabe. Bom, não preciso nem dizer que rolou o maior bate boca hauhauhuahuahuhuahua, uns amam o material do estado e outros querem queimar literalmente. Sei lá, eu acho que tem os dois lados da coisa.
Eu não sou adepta de remar contra a maré, acho que não resolve muita coisa, sou daquelas que acha que temos que partir do sistema para mudá-lo. Mas essa é só mais uma postura entre tantas outras.
Boa sorte na sua caminhada ;)
Flor, acho que o meu "remar contra a maré" tá bem parecido com o seu "partir do sistema para mudá-lo"... o problema é que quando postei isso no grupo de filosofia do facebook do Prof. Paulo Ghiraldelli Jr., ele simplesmente me crucificou! Daí mudei o meu termo de "modificação do status quoi" por "remar contra a maré"... sacou a repressão? hauhauhua
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