quinta-feira, 26 de abril de 2012

Títulos: pra que?

Eis os dilemas da vida. Assim que o grande ditador do mundo ocidental disse que você tem que concluir a escola, ele diz que você tem que fazer uma faculdade, trabalhar, ficar rico, casar, ter filhos, ficar aposentado, viajar, cuidar dos netos e morrer. Ok. Mas algumas pessoas escolhem fazer faculdade, pós-graduação lato sensu, mestrado, doutorado, pós doutorado, livre docência e depois morrer. Já outras pessoas escolhem juntar a opção A com a opção B e depois morrer. Tá, eis a questão: eu não sei qual escolher e não sei porque estou tão preocupada com isso. Só sei de uma coisa: não estou fazendo o que eu queria fazer. Ou melhor: não sei o que quero fazer, só sei que o que estou fazendo agora não é o que eu queria fazer. Entende? É complicado. Eu me cobro muito, sei disso, quero ver todo mundo bem e feliz. Minha família me preocupa, meus amigos me preocupam, tenho zelo por todos, mas e eu? Quem vai cuidar de mim? Eu deveria cuidar de mim. Eu deveria amadurecer e saber o que eu vou fazer com o que fizeram de mim. Mas eu não sei! Quero aproveitar tudo, fazer tudo que posso enquanto ainda tenho poucas responsabilidades e ninguém depende de mim. Mas como? O que seria aproveitar esse tudo? Fazer mestrado? Fazer outra graduação? Mudar de país? Fugir e morar no meio do mato pra viver na natureza selvagem? EU NÃO SEI! Atualmente estou passando por uma crise: decidi prestar mestrado. Ok. Mas, pra que? Pra obtenção de mais um título? Pra que? Pra dar aulas em faculdades... mas pra que, sendo que eu estou adorando dar aulas pra adolescentes? Então a obtenção de títulos seria algo pra massagear meu ego e dizer aos outros: "oi, eu sou mestre, mereço mais respeito porque tenho mais títulos." PRA QUE TUDO ISSO GENTE? Daí que fiz um projeto, ficou legal, porém pragmático demais e a filosofia é teórica demais. PRA QUE MAIS TEORIAS? PRA QUE? Pra que vou confrontar teorias, fazer uma monografia puramente teórica que somente servirá ao entendimento da comunidade acadêmica? Por que não posso fazer algo prático aplicável na sociedade, algo que acrescente na minha vida e na vida da comunidade? Filosofia, por que me decepcionas neste momento? Até tu me abandonaste! Quer saber? Pra eu fazer algo prático que sirva para os demais e não somente a uma determinada classe, eu não preciso de títulos! Eu preciso de projetos e ação! É então que alguém grita em meus ouvidos: ALINE, VÁ EM FRENTE, PELO AMOR DE DEUS!

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Para os meus netos, sobre amigos



Antes de vocês dormirem, deixe-me contar uma história, resumidamente.
Há algum tempo atrás a vovó fez faculdade de filosofia no interior do Paraná, numa cidade chamada Jacarezinho, é bem longe e fica no Brasil.
Fui pra lá aos 19 anos de idade. Era uma mulequinha, nunca tinha saído de casa, muito menos para morar em um lugar onde eu só conheci no dia da prova do vestibular. Naquela época as pessoas eram selecionadas para ingressarem na universidade por meio de uma prova chamada vestibular, que por sinal era bem difícil, mas aquela especificadamente estava fácil... não tão fácil, mas estava bem mais legal de fazer do que as outras que eu já tinha feito.
Passei em 4º lugar para meu espanto e o espanto de todos, pois ninguém botava muita fé em mim, nem eu mesma... hahaha... é engraçado, meus queridos, eu sei, mas é a realidade... a vovó aqui já foi muito insegura.
O ponto em que eu quero chegar com vocês nem é tanto a faculdade nem mesmo o ato de ser insegura e morar sozinha, o fato é que onde quer que você vá talvez você não tenha tanta sorte que eu tive de encontrar amigos, mas não são qualquer amigos, eu estou dizendo dos melhores amigos que uma pessoa pode ter. Na minha terra natal sempre tive muitos amigos, sempre gostei demais de todos eles, mas achava que seria incapaz de fazer novas amizades duradouras, mas eu estava enganada.
Essa história é sobre amigos.
Eu fui uma pessoa muito feliz em 4 anos que fiz filosofia. É claro que chorava muito, sentia saudades da minha família, mas eu SEMPRE tive amigos por perto. Amigos pra chorar, conversar, desabafar, abraçar... enfim... amigos.
Contando essa história pra vocês, me passa um filme na cabeça de como fui feliz com aqueles amigos, aquelas almas boas que cruzaram a minha vida e a fizeram melhor. Impossível citar todos os nomes... pois foram muitos, mas muuuitos amigos... de todas as idades, religiões, cores e manias... eu tive uma família constituída de muita amizade, meus netos, isso eu posso dizer com todo amor que me cabe. Meus amigos simplesmente foram os melhores!

Ah, vocês dormiram. Danadinhos... amanhã conto mais... vou contar uma piada que eu contava na minha época de menina moça... a piada do bolinho :)
Boa noite, meus queridos.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Existencialismo no Aquário



Viagem com a família e em um desses dias por volta do final de 2011 e começo de 2012 eu fui parar no aquário de Santos.
Nunca tinha ido em algum aquário (mas é claro que já tinha visto animais em aquários), fui certa vez quando criança em um zoológico, mas dessa vez tudo soou de maneira estranha.
Ao chegar no aquário, aquela fila quilométrica. Muitas crianças, inclusive uma delas me acompanhava. Gritos, choros, espera, espera, sol, mais espera.
Entramos. Muvuca. Peixes, muitos deles, tubarões, tartarugas, animais. "Olha mãe", "aaahhhh (grito), uma tartaruga".
E os animais? Por mais acostumados que eles estejam, vi alguns assustados.
Crianças batendo nos vidros, gritando, querendo que o bicho fizesse alguma piruleta pra que pudessem bater uma foto.
E eu? Eu paguei pra ver animais sendo torturados por fleshs de máquinas fotográficas. Eu sei que os biólogos tratam muito bem desses animais e eles estão acostumados com isso, mas a questão aqui não é essa.
A questão aqui é a minha imaginação e a minha náusea.
Naquele lugar eu tive uma visão. Vi alguns extra-terrestres abdusindo alguns seres humanos. Chegando em Marte eles pegaram esses serem humanos, deram ração para eles, colocaram-os em jaulas e depois ficaram batendo nas jaulas, tirando fotos, gritando estéricamente para que os humanos fizessem alguma travessura para que eles pudessem filmar e mostrar para outros ETs como é legal pagar para ver humanos em jaulas.
- "Até quando isso será considerado diversão?", disse um ET existencialista, e os outros responderam "até quando houver ETs pagando para ver humanos em jaulas".

FIM

domingo, 13 de novembro de 2011

Ei, SWU, vaitománocu!

Esse artigo ia pro meu TCC, mas acabei tirando porque não encaixava direito, então aqui está ele. Have fun!




Sustentabilidade : uma promessa, uma consequencia ou um fato ?

No dia 23 de julho do ano de 2011, a equipe de um programa denominado de CPFL Cultura juntamente a equipe Seminário Fronteiras do Pensamento (ambos programas exibidos pela internet), entrevistaram o filósofo em questão nessa discussão, o polonês Zygmunt Bauman. No decorrer da entrevista, Bauman afirma que por mais que haja certa individualidade considerável, vive-se numa Era onde todos dependem de todos, e isso hoje é mais do que nunca. Todos estão no mesmo barco, logo, o que ocorre de um lado do barco, é refletido consequentemente ao outro lado, então todas as pessoas que estão nesse barco sentirão seus reflexos, estando perto ou não do ocorrido. E então, Bauman diz que, pela primeira vez, o planeta é de fato um só mundo.

Outra transformação que veio a se consolidar no mundo decorrente da modernidade líquida, Bauman afirma que é o pensamento de que o homem é submetido ás leis naturais ou tecnológicas, ele acredita que o ser humano está cada vez mais próximo dos limites da sustentabilidade do planeta.

Sustentabilidade é a promessa líquida. Há inúmeros discursos, comerciais de TV, pensadores discutem sobre o tema, mas o que se pode fazer de imediato ? Há alguns programas atualmente que promovem eventos para discutir o tema da sustentabilidade.

No Brasil já a alguns anos, acontece um evento denominado de SWU (Starts With You – Começa Com Você), a proposta do evento é discutir sustentabilidade e isso começa com um discurso de que todos devem fazer pequenas coisas para constituir um mundo melhor, mais feliz e sustentável.

Para este evento em questão, o proposto é cada um fazer o que está ao seu alcance, tendo a consiência de que dessa forma ajudará a ter um mundo melhor para teus futuros descendentes.

"Experimente pesquisar o conceito de sustentabilidade em qualquer lugar e encontrará definições que falarão sobre: “pensamento sistêmico”, “equilíbrio dos ecossistemas”, “Relatório Brundtland”, hã? Calma. Vamos entender isso de maneira mais prática? A ideia central da sustentabilidade é que é possível continuarmos vivendo e nos desenvolvendo de forma com que haja continuidade e equilíbrio em relação aos recursos disponíveis. Tudo o que se retira – se apenas retiramos – uma hora vai acabar. Assim, devemos oferecer ao planeta tanto quanto retiramos dele. O mencionado “Relatório Brundtland”, publicado em 1987, diz que sustentabilidade é “suprir as necessidades da geração presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprir as suas”. Esta é a ideia! Trazendo a discussão para o nosso quintal, se eu posso derrubar uma árvore porque quero construir minha casinha ali, posso também plantar outras duas para que meus netos tenham, anos depois, fruta e sombra num dia de sol. Outra ideia de uma vida sustentável é estabelecer uma relação economicamente viável com o mundo. Trabalhar e buscar parcerias com quem está perto da gente é melhor, pois, além de fomentar o desenvolvimento daquela região, favorece o equilíbrio de todo o meio ambiente à sua volta. Entenda que é possível cada um de nós trazer para dentro de sua vida, de sua rotina, de sua casa, as suas próprias ações sustentáveis, que podem ter uma importância muito maior do que a se imagina! Limpar o oceano das manchas de óleo que os navios cargueiros despejam parece uma tarefa impossível, não é mesmo? Mas, separar o lixo, apagar as luzes na hora de dormir e não desperdiçar a água que utilizamos está, sim, ao seu alcance. E, acredite: é exatamente a força dessa conscientização e dessa união que poderá, um dia, deixar limpos e cristalinos todos os oceanos do planeta." (informações do site)

A crítica a esse evento possui dois vetores: primeiro é a idéia de adquirir certa consciência à questão da sustentabilidade, há conferências sobre o tema e discussões sobre o que se pode fazer , isso seria um ponto positivo; o segundo vetor, que seria um ponto negativo, é que esse evento promove shows nacionais e internacionais , muitos participantes não vão a esse evento com o intuito de aquisição a uma consciência sobre o assunto, vão para se divertir nos shows e isso trás certas conseqüências, como uma das mais preocupantes – a produção de lixo. Para onde vai todo lixo produzido pelos participantes do SWU?
Promover eventos, discutir o tema, buscar se conscientizar são tarefas acessíveis para o momento, mas além de tudo isso, é importante frisar que a questão da degradação do planeta é ainda maior, as tentativas são válidas, mas mais que tentar, o importante é não somente maquiar essa questão e sim procurar transformá-la.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Subjetivamente inquientante



Paz, eu quero paz.
Quero sentir a água batendo no meu rosto
Quero cantar "pais e filhos" bem alto com meus amigos
Quero comer macarronada de domingo com a minha família
Sentir o coração palpitar ao ver aquela pessoa
Ter filhos e ficar noites acordada pra cuidar deles
Chorar de ver um filme bonito
Chorar toda vez quando ouvir "eu não sei na verdade quem eu sou"
Quero fazer danças estranhas na webcam pra alegrar amigos que estão longe
Colocar nariz de palhaço e brincar com a criançada
Receber meu pagamento e fazer aquela viagem inesperada
Conhecer pessoas engraçadas
Rever aqueles velhos amigos
Jogar video-game num sábado a noite na companhia de boas amizades
Dar um beijo de boa noite nos meus pais
Passear com o cachorro
Caminhar com meu pai
Comer o bolo de fubá com erva-doce e canela da minha vó
Rir com as histórias de ET's do meu avô
Ver fotos antigas com a minha mãe
Quero ter tempo pra ler sobre filosofia, artes, plantas, espíritos e afins
Quero estudar tudo que eu puder
Sair correndo na chuva e escorregar na lama
Jogar conversa fora numa madrugada de insônia
Tomar um copo de água gelada debaixo de uma árvore num dia típico de verão
Me cobrir com um cobertor e me jogar no sofá pra tomar um chá no inverno
Sorrir para as crianças
Conversar com o cachorro, com as plantas e até mesmo com os doces
Enfim... eu quero paz e quero viver.
Se isso tudo não é felicidade, então eu não sei o que é.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Você ama alguém?



"Há inúmeras definições para o sentimento 'amor' ou para o verbo 'amar', são conceitos subjetivos que, no entanto, o senso comum tenta explicar. Para iniciar essa discussão sobre o 'amor líquido', usar-se-á aqui as definições destinadas ao senso comum: ter carinho por alguém, compaixão, paixão, consideração, amizade, entre outros sentimentos, seja esses sentimentos destinado ao próximo, à algum parceiro ou parceira ou então ao amor-próprio. Só o que se sabe é que amar é uma capacidade do ser humano e que esse sentimento vem sofrendo modificações com o decorrer das eras." (trecho extraído do 1º capítulo do meu TCC)



E por que esse sentimento tráz tanto sofrimento? Sentir carinho por alguém é muito bom, mas como dói quando não é recíproco. Fazer um agrado é tão gratificante, mas como machuca quando o outro é indiferente.
O senso comum tenta nos impor, aliás, há certa consciência coletiva de que todas as pessoas do mundo devem se relacionar amorosamente para obter certo grau de felicidade. Ok, eu concordo, não tem como viver só numa sociedade repleta de universos, porém, será que Freud estava certo?
Freud dizia que esses sentimentos, citados acima, são necessidades puramente fisiológicas do seres humanos, ou seja, ter a necessidade de sentir amor, por exemplo, é o mesmo que sentir muita vontade de comer. Hummm, desculpa Freud, mas eu sou obrigada a discordar.
Pode até ser uma necessidade humana, mas não penso que seja puramente fisiológica. Penso que o amor é como a mente, sabemos que existe, porém não conseguimos manuseá-la, se abrimos o peito e pegarmos o coração na mão, não encontraremos o amor nele. Então pode ser fisiológico? Penso que não. Então o que é? De onde vem esses sentimentos que quando correspondido nos causa certa felicidade imensa e quando não é recíproco nos causa aquela dor no peito e aquela vontade de morrer?
Já não é fácil lidar com coisas materiais que são absolutamente palpáveis, mas como lidar com sentimentos abstratos? Existe uma receita, um remédio ou algum manual de instrução?

E ainda tentaram me convencer que a subjetividade não existe... prove, ciência, prove! Vai vai, diz aí oh dona dos paradigmas vigentes! Causadora da morte individual, me coloca dentro de uma caixa e diz que todo sentimento que tenho são apenas necessidades humanas.... EU DUVIDO de você, ciência!

Quem foge desses sentimentos são covardes, aqueles que têm medo de sofrer e sofrem por isso. E eu, o que faço com esses números?

A MEDIDA DE AMAR É AMAR SEM MEDIDA (Santo Agostinho)