
A não ser que você seja extremamente rico, dois anos é pouco tempo para deixar de lado seu estilo de vida atual e viver apenas fantasias. Você teria de aceitar comprometimentos. De qualquer forma, ainda escolheria ignorar o fim que se aproxima a passos firmes? Continuaria a fazer o que faz diariamente? O que está em jogo é o tempo que lhe sobra de sua própria vida. Você não iria querer viver as paixões de seu coração – seja lá quais fossem elas?

Poderia ser que você embarcasse em uma viagem rumo ao Taiti ou a Atenas ou ás Pirâmides que você sempre quis ver. Talvez você se esforçasse para escrever o livro que sempre sonhou ou tentasse deixar para trás um legado, usando a pintura, a escultura ou a música. Talvez você quisesse se mudar para o lugar onde sempre teve vontade de viver. Talvez você parasse de trabalhar tantas horas e passasse mais tempo com aqueles que ama. Ou talvez começasse a se expressar nas reuniões e dizer o que realmente pensa. Talvez você parasse de tentar acumular riquezas e dedicasse mais tempo a algum trabalho filantrópico, possivelmente comprometendo-se a trabalhar pela paz ou qualquer outra causa pela qual sente atraído.

Talvez você até mesmo saciasse o desejo insano de virar um comediante de stand up, pular de asa-delta ou cruzar o continente em uma Harley-Davidison. Qual o problema se as coisas derem errado? Você morrerá, de qualquer forma, em dois anos – mas terá vivido durante esse período.

O fato é que, naturalmente, todos nós estamos vivendo nossas vidas contra o tic-tac de um relógio. A maior parte de nós tem mais do que dois anos de vida; alguns de nós temos menos do que isso e nem nos damos conta.

De qualquer maneira, quem de nós quer chegar ao fim sem ter ao menos tentado conquistar as paixões secretas de nossos corações? O que preferiria – olhar para trás e ver uma vida sobre a qual você não teve controle algum, uma vida que fluiu por canais controlados por outros, ou viver da forma mais interessante, colorida e satisfatória, em que você possa realizar escolhas pró-ativas? Não devemos nós mesmos escolher viver nossas vidas como se estivéssemos criando uma obra de arte, utilizando quaisquer recursos que o destino venha a nos oferecer?

TILLERY, Gary. John Lennon: O ídolo que transformou gerações. (p.176), São Paulo: Universo dos Livros, 2010.
Um bom final de ano para todos com ótimas reflexões.
Como ja dizia mestre Jedi "Vá para casa e reflita sobre sua vida".
^_^