terça-feira, 14 de maio de 2013

Escolhas e bolhas

As escolhas que fazemos em nossas vidas muitas vezes nos surpreendem. Todos os dias temos que escolher: posso abrir meus olhos, levantar da cama ou posso continuar de olhos fechados e dormir mais um pouquinho. Bom, eu escolhi levantar da cama. Por que fazemos essas escolhas? Somos condicionados a sermos livres, já dizia Sartre. Nos esbarrando com as oportunidades o tempo todo, cabe a nós acatá-las ou não. Sair da zona de conforto, eis o lema que me perseguiu. Há 5 meses saí dessa zona. Não me arrependo, mas confesso sentir que elas são como bolhas. Uma escolha frágil que te deixa frágil e que se você não cuidar, ela estoura, se desmancha no ar. Não houve um dia em que eu passei sem refletir as minhas escolhas. E que escolhas que nós fazemos hein, ficar longe de quem a gente ama, na minha opinião é a que dói mais. A distância! Definitivamente dói demais falar disso. Estar longe de quem amamos é muito difícil, mesmo sendo mais perto do que imaginamos. É claro, basta um toque no celular ou uma chamada pelo facebook, estou ali falando com minha mãe ou meu pai. Mas e depois que a conversa acaba? E o vazio que fica? Mas paro e penso: eles estão vivos e isso basta! Passei algum tempo bem perto destas pessoas que amo mais que o impossível. Neste tempo eu vivia pensando: que vontade que sinto de sentir saudades. Agora que sinto saudades, penso: como eu não queria sentir essa saudade tão dolorida. É a tese, antítese e síntese da vida cotidiana: o querer e não querer. Talvez eu esteja fazendo drama demais com essa situação. Mas sou leonina cartesiana, vim pra esse mundo para torná-lo uma cena dramática onde sou a personagem principal. E na minha peça de teatro da vida, eu procuro transcender e pensar que se estou aqui agora é porque algo de melhor - que provavelmente vou escolher - vai acontecer. Não sei, mas nunca consegui pensar em acaso. Não é por acaso que existimos. Não é por acaso que a Terra gira em torno do Sol. Sejam essas teorias físicas ou espirituais, eu acredito que o acaso é um menino bobo com inveja do destino. Também não acredito muito em destino, ele só sente ciúmes do acaso e quer nos condicionar. Mas condicionados ou não, eu prefiro acreditar que nós temos escolhas. E a escolha é uma menina que anda de bicicleta pelas avenidas de São Paulo, rindo de todos aqueles que não a enxergam. Resolvi enxergar a minha escolha e quer saber? Ela é muito travessa e me faz chorar quase todas as manhãs. Se você encontrar a escolha passeando por aí, faça amizade com ela pra que ela não te pregue uma peça. Mas se a peça for de teatro, não seja coadjuvante, tome todas as rédeas e busque os sorrisos, por mais difícil que seja.